Prelúdio de Renan Ribeiro de Araújo
Nesta segunda-feira, 7 de março de 2016, véspera do Dia Internacional da Mulher, repasso a vocês, amigos e amigas, a última parte das gratas recordações do ex-deputado, líder operário-camponês Floriano Bezerra de Araújo, sobre sua candidatura pra Senador da República junto com Jorge de Castro, e Fernando Mineiro pra governador, nas eleições de 1994. Vejam:
MINHA CAMPANHA PRA SENADOR
(Parte XV)
SÃO VICENTE
UMA LEMBRANÇA
Cumprindo roteiro da Campanha de 1994. Com destino a Alexandria, na tromba do elefante do mapa potiguar, cruzamos com São Vicente, município localizado na microrregião da Serra de Santana, berço do chamado Marinheiro Tatuado, Agenor Nunes de Maria, meu ex-colega na Assembleia do Estado, depois feirante e agropecuarista na sua região, na sequência ex-Senador da República, eleito em 1974, no que ficou conhecida como uma das 16 derrotas que o então Movimento Democrático Brasileiro (MDB), infringira a ARENA, partido de sustentação do regime militar.
Quando senti o calor abrasador e nos olhos o solo de São Vicente banhando pela chuva momentânea, vivi forte lembrança do talentoso Agenor Maria, cuja verve mesclada de metáfora fez tempo nas tiradas espirituosas que marcaram os anais dos parlamentos pelos quais passou.
Enfim, dessa forma, concluo a narrativa de memória sobre minha candidatura ao Senado da República, num contexto político de disputa eleitoral extremamente desigual do ponto vista econômico, com apenas 12 segundos de televisão e rádios em alguns semanais, para fazer frente a um precário nível de organização dos trabalhadores e suas famílias, bem assim da cidadania potiguar, no enfrentamento das estruturas arcaicas e viciadas que perenizam a dominação das oligarquias.
Aqui relembro que após a convenção partidária que indicou meu nome e o de Jorge de Castro para disputarmos o Senado da República, em chapa majoritária com Fernando Mineiro para Governador do RN, constrangido, expressei minha franqueza: Eu não tenho um centavo para me movimentar na campanha, deixando qualquer despesa atinente ao embate eleitoral às expensas dos recursos partidários para a eleição majoritária. E, repito, o então vereador Fernando Mineiro foi para comigo, nessa circunstância, de uma igualdade que merece toda minha louvação.
Enfim, obtivemos relativa vitória. O governador eleito foi Garibaldi Alves Filho – PMDB, mas Fernando Wanderley Vargas da Silva (Mineiro) – PT, com 44.596 sufrágios em seu nome, obteve 4,80% dos votos válidos, ultrapassando a sua adversária Wilma Maria de Faria Maia – PSB, que, com 35.591 votos nas urnas, atingiu 3,83% da votação geral. Já eu e Jorge Augusto de Castro, para Senador da República, tivemos respectivamente 61.047 e 59.789 votos.
Em ponto final, expresso minha profunda gratidão a todos que de uma forma ou outra nos ajudou nessa disputa.
(Na foto, Floriano Bezerra autografa seu livro Minhas Tamataranas: Linhas Amarelas – Memórias, na Livraria Siciliano Midway, ante o bel. em Direito e Servidor Público Federal José Ari da Rocha, seu irmão Dr. Rocha, militante de Direitos Humanos Edileuza Dantas, militante político João Maria de Aquino e professores universitários João Emanuel Evangelista e Antonio Francisco Rocha)